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13 de dez. de 2008

História


Hoje passando pelo Areal, parei em frente ao Obelisco e reparei o estado de conservação de mais um monumento tombado pelo IPHAN na cidade de Pelotas. A falta de conservação e o vandalismo, estão descaracterizando este monumento histórico de nossa cidade. Uma das placas de bronze foi arrancada do local, a placa era uma homenagem da Sociedade Agrícola de Pelotas e da Liga de Defesa Nacional ao centenário da pacificação Farroupilha e datava de 1945, a pintura não existe mais, as grades de ferro estão enferrujadas e partes do reboco estão quebradas.

Esta era a placa .

Hoje está assim.
Conheça um pouco da história que o tempo e o descaso público estão apagando.
“O famoso Obelisco do Areal, coluna de oito metros de altura, foi inaugurado em 1885, quando se comemorava o cinqüentenário da Revolução Farroupilha e faltavam ainda quatro anos para a proclamação da República brasileira. Homenagem à memória do cidadão mineiro, pelotense de coração, Domingos José de Almeida, é um dos pioneirismos de Pelotas, somando-se a tantos outros que enchem de orgulho a vida da cidade. Pois este fato nenhum historiador contesta: o Obelisco é o único monumento público erguido em terras brasileiras, na vigência da Monarquia, ao ideal republicano.
Por que no Areal? Porque a charqueada de Domingos José de Almeida, cuja sede ficava para lá da conhecida Rua das Traíras, de fato no início da atual avenida Adolfo Fetter, abrangia uma parte dos campos do Areal, inclusive o terreno onde se cravou, há quase 120 anos, o Obelisco. A homenagem dos republicanos, à cuja frente se achava o moço Álvaro Chaves, que tinha então 19 anos de idade e morreria pouco depois, bem no início da República, não traz qualquer ligação com as origens da cidade. Visava-se reconhecer a obra grandiosa e a personalidade ímpar do notável mineiro, que foi o ‘cérebro’ da Revolução Farroupilha, sendo o idealizador da República Rio-Grandense, em 1836, e nela ocupando não só a Vice-Presidência como dois ministérios. Diz-se que ele, embora autodidata, redigiu sozinho a constituição dos farrapos. Mas, é claro, com a homenagem procurava-se também provocar o Imperador e as instituições do Império.
Só mais uma observação sobre o tema: a inscrição no bronze é primorosa, e diz assim: ‘Os republicanos de Pelotas recomendam ao viandante a memória de Domingos José de Almeida’. E todos sabem que uma sugestão em bronze, ainda mais quando bem redigida, é uma sugestão eterna.”

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