Na audiência pública do grupo de trabalho criado para definir um texto de consenso para os projetos de lei que tratam da Ficha Limpa (PLP 518/09 e outros), realizada hoje em Brasília, foi entregue pela diretora da Secretaria Executiva do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Jovita José Rosa, ao presidente e ao relator do grupo, respectivamente deputados Miguel Martini (PHS-MG) e Índio da Costa (DEM-RJ), cópia do abaixo assinado com mais de 1,3 milhão de assinaturas que deu origem ao projeto de iniciativa popular.
No documento entregue aos parlamentares, há 77 mil novas assinaturas. O PLP 518/09 torna inelegível o candidato condenado em primeira instância ou denunciado por crimes como improbidade administrativa, uso de mão-de-obra escrava e estupro.
Estiveram presentes na audiência, além de Jovita Rosa, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante; o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara Barbosa; o presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitores (Abrampe), Marlon Jacinto Reis; o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Mozart Valadares; e os representantes da Comissão Brasileira Justiça e Paz, Francisco Whitaker e Marcello Lavenère Machado.
Durante os debates, o presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais (Abramppe), Marlon Jacinto Reis, propôs que o texto final da proposta deixe explícito que as mudanças já valerão nas eleições deste ano.
A ideia também foi defendida pelo líder dos Democratas, deputado Paulo Bornhausen (SC), e pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante.
Para os debatedores, deve ser incluído no texto um dispositivo que deixe claro o início da validade da lei, a fim de evitar que a norma seja questionada na Justiça em razão do princípio da anterioridade, segundo o qual as mudanças em regras eleitorais só terão validade um ano após a sua publicação.
A possibilidade de o projeto Ficha Limpa (PLP 518/09) criminalizar movimentos sociais dividiu opiniões na audiência. O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), levantou a questão ao defender que o projeto tipifique os crimes passíveis de provocarem inelegibilidade.
Para ele, a medida serviria para evitar que integrantes de movimentos sociais se tornassem inelegíveis caso fossem condenados por participar de manifestações políticas, como, por exemplo, em casos de ocupação de órgãos públicos, o que não foi aceito pelos integrantes do MCCE. | | O grupo de trabalho volta a se reunir nesta quarta-feira (24), às 14h30, para definir o cronograma de audiências públicas em outros estados. Até o dia 10 de março, os deputados deverão realizar debates em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. A proposta final deverá ser apresentada até o dia 17, e a votação em plenário está prevista para março.
A proposta de lei de iniciativa popular que institui a chamada "ficha limpa" obrigatória para os candidatos nas eleições em todos os níveis, foi entregue no dia 29 de setembro ao presidente da Câmara, Michel Temer, pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, e foi engavetado. A audiência de hoje saiu depois de muita pressão, mas estão querendo mudar o texto da lei para mais uma vez favorecer aos fichas sujas, e isto não pode acontecer.
Você concordaria em ter como representante alguém que responda por algum dos crimes abaixo? Crimes graves:
- Racismo
- Tortura
- Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
- Terrorismo
Crimes Hediondos:
- Contra a economia popular
- Contra a fé pública
- Contra os costumes
- Contra a administração pública
- Contra o patrimônio público
- Contra o meio ambiente
- Contra a saúde pública
- Contra o mercado financeiro
- Dolosos contra a vida
- De abuso de autoridade
- Eleitorais
- De lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores
- De exploração sexual de crianças e adolescentes
- De utilização de mão-de-obra em condições análogas à de escravo
- Com pena de 10 anos de prisão ou mais
Pois hoje há centenas de criminosos no exercício de cargos políticos que se opõem à vontade popular endossada por mais de 1,3 milhão de brasileiros, e eles farão de tudo para que o projeto Ficha Limpa seja modificado para atender aos seus interesses escusos.
Tornar esta corja inelegível é o mínimo que se pode esperar de um congresso honrado, e mesmo que muitos nos façam duvidar que este adjetivo faça parte das virtudes dos homens públicos, nós, povo brasileiro, ainda acreditamos e lembramos a frase do deputado Índio da Costa:
"Quando há uma pessoa pedindo, o Congresso tem de ouvir. Quando há 1,5 milhão, tem de fazer"
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