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10 de jul. de 2010

Sakineh Mohammadi não será apedrejada

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Em Maio de 2006, a viúva iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, hoje com 43 anos, foi condenada a 99 chibatadas quando um tribunal na província do Azerbaijão Ocidental a considerou culpada de manter, supostamente, relações ilícitas com dois homens após a morte de seu marido.

Em Setembro do mesmo ano, um outro tribunal condenou-a à morte por apedrejamento, sob acusação de envolvimento com outro homem enquanto ainda era casada.

O advogado de Sakineh Mohammadi Ashtiani, um ativista dos Direitos Humanos, apresentou diversos pedidos de clemência mas a Justiça iraniana nunca a concedeu. A mulher disse que foi obrigada a confessar sob grande violência e ameaças e apesar de ter ficado provado que a confissão foi 'arrancada", o tribunal considerou-a culpada e condenou-a à morte por apedrejamento.

Nesta sexta-feira (09), a agência oficial Irna informou por meio de Mohammad Javad Larijani, chefe do Escritório de Direitos Humanos do Departamento, que a pena de apedrejamento de Ashtiani está sendo revisada pela Justiça,stoning_22_50

De acordo com a interpretação da lei islâmica utilizada no Irã, manter relações sexuais antes do casamento é punido com 100 chibatadas em praça pública e o adultério com morte por apedrejamento, sendo que as pedras têm que ser grandes para causar sofrimento mas não podem ser suficientemente fortes para que a morte não seja imediata.

A prática de morte por apedrejamento é recorrente no Irã apesar do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, não falar em apedrejamento. No entanto, alguns estudiosos dizem que o apedrejamento fazia parte das tradições do Profeta Maomé. Em 2008 um grupo de oito mulheres com idades compreendidas entre os 27 e os 43 anos, acusadas de prostituição e de adultério e um professor de música acusado de ter mantido relações sexuais com uma aluna foram sentenciados com a mesma pena sem direito a defesa.

O comunicado oficial desta sexta-feira, não especifica que autoridades judiciais foram consultadas. “Até que ela e seu advogado não recebam uma notificação oficial, pode ser executada a qualquer momento, inclusive por apedrejamento”, disse um porta-voz da  Anistia Internacional (AI) que pediu ao governo do Irã que suspenda a execução por qualquer método.

Em comunicado, a AI afirma que, embora tenha sido retirada sua condenação por apedrejamento, que foi ratificada pela Corte Suprema do Irã em maio de 2007, ainda é possível que a vítima, que se declara inocente, seja enforcada.

Estamos em pleno século XXI e as notícias de violência contra as mulheres continuam sendo destaques nas primeiras páginas dos jornais. Aqui não é diferente do resto do mundo, neste último mês dois casos de extrema violência chocaram o Brasil, o assassinato da advogada Mércia Nakashima, baleada e jogada em uma represa em São Paulo, ainda é um quebra-cabeça sem solução, e o assassinato de Eliza Samudio, executada com requintes de crueldade e que ainda está longe de ser esclarecido. Os dois casos ocupam a mídia por envolverem pessoas de conhecimento público, enquanto isso outras dezenas de casos são registrados diariamente sem a mesma repercussão porque virou rotina os casos de estupros e agressões contra o sexo feminino, porque a legislação é branda, porque a impunidade é a marca registrada do Brasil.

Cópia de ANNA MARIA

postado por Anna Maria

anna.ajuris@yahoo.com

Um comentário:

Unknown disse...

Olá, peço desculpas por entrar assim no seu blog, e colocar este comentário, que talvez não tenha haver com sua proposta, mas também penso em você! Falando de política, música, moda, esportes, maquiagem, variedades enfim seja qual for o foco do seu blog, precisamos de mobilização inteligente, para limpar a sujeira que nos enfiam goela abaixo todos os dias. Os internautas brasileiros representam 40% de todos os paises da América latina, portanto, podemos fazer a diferença! Precisamos realmente de cidadania efetivamente! Se você não tem tempo para falar sobre esse tema, nós falamos por você, divulgue! Sejam bem vindos! “Pior do que você querer fazer e não poder é você poder fazer e não querer!”... "A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos"