água

Passadas as eleições, tudo volta a normalidade. O Sanep volta aos cortes de água, deixando algumas famílias sem abastecimento.

O corte de abastecimento das residências inadimplentes vinha funcionando em passos de tartaruga desde bem antes das eleições, essa atividade tinha um propósito que fica bem claro agora. Eleições. As equipes de corte estão nas ruas efetuando o serviço inclusive na parte da tarde, o que pegou muitas pessoas de surpresa, pois ao chegarem em casa à noite, constataram que não tinham água em suas torneiras. Essa prática não era comum, normalmente o corte era feito pela manhã, dando oportunidade as pessoas quitarem seus débitos e pedirem a religação no mesmo dia.

Depois do Diário Popular - depois das eleições - estampar na capa de sua edição dominical, que o Sanep tinha um dos maiores índices de inadimplência dos últimos tempos, a empresa corre atraz do prejuízo. Essa medida extrema, resolve em parte o problema, mas não é a solução. Condomínios populares como Lindóia, Pestano e Guabiroba, concentram o maior índice de inadimplência, 7 em cada 10 apartamentos devem ao Sanep uma média de 60 meses de tarifas em atraso, há casos de dívidas de 12 a 15 anos que quase ultrapassam o valor do imóvel. Nesses locais, não é efetuado o corte. A tentativa do Sanep mudar o sistema de cobrança desses locais, de cobrança individual para cobrança em condomínio, não vingou. A autarquia vai ter que achar uma solução para esse tipo de problema que onera as tarifas de todos usuários que acabam pagando por aqueles que não pagam.

A promessa de mudar o sistema de cobrança de área construída para consumo individual, fez parte do discurso dos últimos administradores do Sanep. Mas até agora não passou de promessa.

O que nós vemos nas ruas são vazamentos que liberam nos esgotos a água que para nós é tão cara.

A primeira medida paliativa foi tomada, corte. Depois vem o reajuste das tarifas. Mas soluções definitivas e efetivas, ainda estão por aparecer.

Ricardo Sillas