Quem gosta de enfrentar filas? As famosas bichas deixam muitas pessoas incomodadas.
Eu não. Adoro uma fila. Meus ouvidos, meus pés detestam. Mas como meus ouvidos estão acima de meus pés, continuo adorando.Nessas filas renovo meu repertório, são tantos assuntos. Alguns de pouco interesse, a maioria. Outros, bem, para quem apenas ouve sem participar da conversa, tornam-se munição para artigos e comentários posteriores. Este é um deles.
Esperava na fila do açougue a minha vez de ser atendida quando, uma jovem de uns 25 anos, pediu ao açougueiro carne para bife, ela foi logo dizendo:
-Veja um pedaço bem macio, o Eduardo do feirão já conhece o meu gosto.
Falava referindo-se a outro mercado próximo.
O açougueiro fazendo não entender, pegou um pedaço de carne mostrou a jovem e perguntou se aquele corte á satisfazia.
-Esse pedaço está bonito-disse ela- espero que seja macio, depois que eu me separei, só como bifes. Estava comprando do Moreira, mas agora eles não entregam mais em casa.
Essa parte do diálogo chamou-me a atenção. Pensei eu, o que tem a ver o estado civil da jovem com a qualidade da carne? Mesmo sendo mulher, ainda procuro entender a mente feminina e suas funcionalidades.
Estaria ela tentando dizer que seu "ex" só comprava carne de segunda? Talvez tentasse sublinearmente dizer, que agora solteira, não se dava mais ao trabalho de passar horas na frente do fogão preparando a comindinha do ex-marido, um bife é mais rápido e prático.
Quando preparava uma terceira possibilidade, o açougueiro cortou meu raciocínio dizendo:
-Depois que a senhora provar o meu corte, tenho certeza que não vai comprar noutro lugar. Se precisar ligue que eu lhe entrego em casa.
Pronto. Como eu sou inocente. Separada, bife, açougueiro, entrega em casa. Como não pensei nisso antes?
Chegou minha vez, vou pedir bife. Solteira, professora, apenas quarent... não, não vai rolar.
-Por favor moço, ainda tem galinha?
Anna Maria, passa a colaborar com o blog
publicando suas crônicas divertidas.
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